Ainda não entendi porque é que os homens portugueses adoram andar fardados! Claro que não falo das fardas militares e/ou profissionais que essas até têm justificação plausível, mas, da farda calças de ganga + T-shirt/pólo branco/verde natureza/cinzento ou noutras cores mais neutras que a tradição Suíça! Esta neutralidade pode significar vergonha, medo crónico da alegria, receio infundado de que o uso gritante de cores mais arrojadas seja confundido com quebras acentuadas de macho man style, por simples questão de falta de gosto genético… etc. Acho que nenhuma destas justificações me satisfaz, a não ser talvez a vergonha, porque é notório para mim que os homens portugueses são realmente muito envergonhados, sendo que o risco de repararem neles é o desporto mais radical que conhecem. Basta ir a um sítio dançante, onde se dança a sério e não às discotecas onde os saltos e outros gestos de chimpanzé zangado são considerados “dançar”, para se constatar que os homens estão sentados ou em grupo de copo na mão e as mulheres dançam umas com as outras na pista. Portanto, como o acto de dançar não se pode confundir com falta de masculinidade (antes pelo contrário, os grandes galãs dançam muito bem e sabem que esse acto de sedução conquista qualquer mulher) só posso concluir pela vergonha crónica de que sofrem os homens lusitanos, em geral. Se fizermos o simples exercício de ao fim do dia nos tentarmos lembrar de um homem interessante e bem vestido que tenha passado por nós, provavelmente, temos que nos remontar a muitos meses atrás ou quando fomos de férias para Milão. E não me venham com a desculpa da falta de dinheiro dos portugueses que uma t-shirt branca às vezes custa mais dinheiro que uma t-shirt verde esmeralda, justamente, porque a primeira tem venda garantida. E depois, não é preciso ganharmos o euromilhões para juntarmos um pouco de excentricidade no nosso guarda-roupa! E com isso não estou a defender que os homens devam passar a usar saias ou coisa do género. Os meus conselhos de “excentricidade” passam só por deixarem de comprar sistematicamente as mesmas calças de ganga azuis cócózinhas e o pólo cinzentinho da Throttleman ou uma t-shirt queque-enfadonha da Quebramar e passem a comprar umas calças caqui e uma camisa mais personalizada, e junte-lhe alguns detalhes simples de bom gosto que mostrem que pensaram no assunto mas não muito.
(Este visual...dificil eih?)
( Custa alguma coisa ser arrumadinho e ter estilo?)
Ora, digam-me lá se os exemplos das imagens que vos trago não são exemplos perfeitos de masculinidade? Deixam por acaso dúvidas? Parece simples… porque, é! Isto vale para todos e todas e não só para os homens portugueses: Há que deixar a nossa zona de conforto e procurar sermos melhores pessoas. Claro que já ouço um batalhão de gente “fardada” a gritar que as pessoas se julgam pelo interior e não pela aparência, mas, digo-vos que isso é um preconceito da treta que na prática não vale nada. A imagem faz parte da pessoa e a forma como ela se apresenta aos outros é aquilo que a define enquanto não se desenvolve o conhecimento a outros níveis mais profundos. A imagem é como um cartão de visita, não é um curriculum mas fala muitíssimo da pessoa que o usa. A roupa e o aspecto da pessoa diz-nos como é que essa pessoa quer que os outros a vejam e isso a mim diz-me muitíssimo sobre ela, ainda, que depois o convívio possa negar aquilo que avaliei numa primeira impressão. Mas, nem sempre há oportunidade de conviver e uma coisa é certa não há segunda oportunidade para emendar uma primeira impressão.
Por mim estou farta do cinzentismo dos homens portugueses que muito raramente me fazem virar a cabeça e me merecem sequer o trabalho de um segundo olhar. Nisso as mulheres portuguesas estão um passo à frente, ainda que nem sempre da melhor forma, mas, pelo menos mostram que desejam sair do provincianismo cinzento e têm a coragem de abraçar o arco-íris urbano. Ninguém tem de sair à rua como se fosse para uma produção de moda, nem nunca defendi as fashion victims, só acho que as pessoas e, os homens em particular, deviam ter mais preocupações estéticas e brindar a paisagem dos outros sendo mais bonitos e atraentes, como se isso fosse uma boa acção para com os semelhantes, isto se não o quiserem fazer por si próprios que seria o ideal. E um recado final para os homens: o que as mulheres mais apreciam nos gays é o seu sentido estético refinado, aliem isso a bom sexo e vão ver como é fácil ser-se homem em Portugal! E… não tenham receio de parecerem “Metro” porque em geral esses gajos têm tanto gosto como a decoração interior de uma loja dos chineses! Ousem, meninos! O bom gosto adquire-se com a prática. Da próxima vez que forem à loja inspirem-se nas minhas imagens! Good Luck!
Nota: All the pics from The Sartorialist ( mainly from Milan, of course!)
No comments:
Post a Comment